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Ilha da dignidade

8 mar

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Quando se trata de política brasileira automaticamente a relacionamos ao conceito de corrupção. Independente de partido X ou Y, hoje vemos uma avalanche de denúncias. A Operação Lava Jato, que busca desbancar um esquema fraudulento que surrupiou dinheiro público numa escala bem maior do que o “Mensalão”, é o assunto do momento.

          Enquanto antes comentávamos nas rodas de amigo sobre quem matou Odete Roitman, hoje vemos, perplexos, que o sistema político brasileiro vigente é falho e representa um convite à falência do país. O Brasil morre a passos lentos; agoniza em berço esplêndido e está à mercê de interesses escusos de homens e mulheres que buscam apenas o bem comum e não os interesses gerais da população.

          A corrupção assola todos os espaços das gestões públicas, sejam municipais, estaduais e federais. Segundo a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, estima-se que o Brasil perde cerca de R$ 100 bilhões por ano em corrupção. Caso esse mal não existisse, cada brasileiro seria 27% mais rico.

          Talvez essa riqueza não se refira apenas ao dinheiro em conta, mas um retorno às mais básicas das necessidades, como educação, saúde, segurança, moradia etc. Hoje, não temos o mínimo, e o pouco que temos é levado por impostos que nunca serão revertidos de acordo com os princípios de dignidade humana.

          A situação é tão alarmante que estamos perdendo uma das empresas consideradas mais importantes do mundo, a maior do Brasil: a Petrobras. Não consigo conceber a ideia de que uma multinacional exploradora de petróleo esteja nessas condições por incompetência administrativa e desonestidade de um grupo de pessoa, a começar pela presidente da República Dilma Rousseff, que viu a plataforma afundando aos poucos e nada fez.

          O que fazer quando se sente isolado à beira do caos? A quem recorrer? Estamos à deriva no meio do oceano. Nosso barco não tem estrutura para aguentar outra onda gigante de pessimismo e desonestidade. O casco já está bem fino de tanto bater nas duras rochas da incompetência. O motor já parou faz tempo e, como sempre, o que o faz andar é a força do brasileiro que rema, incansável, a troco de um pedacinho de terra na tão sonhada ilha da dignidade.