Marina Silva: a bola da vez?

29 ago

Marina

As eleições desse ano corroborarão o fato de o Brasil votar com emoção. Até dois meses atrás, acreditávamos que, caso houvesse segundo turno, a atual presidente Dilma Rousseff (PT) enfrentaria o tucano Aécio Neves (PSDB). O trágico acidente de avião que matou o presidenciável Eduardo Campos alterou substancialmente as pesquisas de intenção de voto.

               Marina Silva (PSB), até tentou abraçar uma candidatura própria pela Rede Sustentabilidade, partido criado por ela, porém não obteve êxito, já que não conseguiu o número de assinaturas suficiente para tal feito. Assim, aceitou ser vice na chapa de Campos. Eis que o avião, por causas misteriosas, cai em Santos. De vice, Marina alçou um voo tão alto que, se as eleições fossem hoje, venceria Dilma no segundo turno.

               Dilma Rousseff tem a taxa de rejeição maior do que a dos outros candidatos. Além disso, não anda convencendo muito em seus discursos pela falta de propriedade nas falas. Aécio Neves ainda parece ser um desconhecido aos olhos do grande público. Marina, entretanto, no último pleito, obteve sólidos 20 milhões de votos.

               A história da candidata do PSB é um exemplo de vitória. Foi companheira de luta do lendário Chico Mendes. Dedicou parte de sua vida à proteção dos seringueiros no Acre. Aprendeu a ler e a escrever muito tarde. Formou-se professora de história e começou a lecionar. Foi eleita vereadora – mais votada – de Rio Branco em 1988 e não saiu mais da política.

               A viúva de Chico Mendes afirmou que Marina representa a pobreza do Brasil. Eu complemento: ela é o símbolo das camadas mais pobres que lutam por um futuro digno por meio do trabalho; não representa a elitização da política, como o PSDB, nem a estagnação, como o PT. Temos o costume de enxergar com o coração.

               Marina está mais confiante, experiente e tem a consciência de que a possível vitória nas eleições não será fácil. Há uma barreira imensa a ser transposta e que há quase duas décadas gerencia o país. Desde 1995, os brasileiros polarizam a estrutura governamental em PSDB e PT. Como a crise econômica ataca seriamente o Brasil e a atual equipe econômica não consegue controlá-la, os brasileiros talvez estejam pensando em mudar de vez.

               Ela consegue falar e ser compreendida. Com uma retórica simples, vai traçando pontos importantes na busca pelo cargo. Não se exalta e, por vezes, é motivo de chacotas. Nas redes sociais, chegou a ser rotulada – e ofendida – por não ter uma imagem que convirja com os malditos padrões.

               No entanto, uma coisa é certa: Marina é a cara do brasileiro que luta. Não deve ser fácil sair do Acre e vencer tantos desafios. Estamos carentes de um líder-nato. De uma pessoa em que possamos confiar. Pode ser que a história da ex-seringalista possa se fundir com a do Brasil. No momento, é o que há de mais provável.

               Tenho esperanças de que alguma coisa pode mudar desde que o PT saia do poder. Não temeremos o novo; as mudanças precisam ser feitas com coragem e determinação. A fé não pode acabar. Somos ricos de espírito e essa riqueza deveria ser estendida as nossas decisões. Um país tão rico quanto o nosso não pode estar perdido, jogado ao léu. Não é possível que, mesmo sendo a sétima economia do planeta, passemos por tantas dificuldades e incertezas. A Marina deve ser a bola da vez. Não nos decepcione.

2 Respostas to “Marina Silva: a bola da vez?”

  1. Layla Martins agosto 29, 2014 às 7:08 pm #

    Adorei…

  2. pedro agosto 30, 2014 às 4:13 pm #

    Não penso que ela eh preparada para o cargo. Acho que eh mais uma onda/mod a gerada pelo odio ao atual governo…convenhamos que a midia tem GRANDE influencia. Recomendo procurar artigos positivos tambem sobre o pt(Nome q nem podemos mais citar Sem sentir uma repreensao).

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